O 1º de Maio, Dia do Trabalhador, costuma ser lembrado com homenagens genéricas e discursos institucionais sobre a importância do trabalho. Mas a verdade é que essa data carrega sangue, suor e luta — e não foi um presente concedido pelas elites ou pelo Estado, e sim uma conquista arrancada à força pela mobilização popular.
No vídeo publicado hoje no Entre Linhas, propus uma reflexão sobre como as ideias socialistas e comunistas foram essenciais para a consolidação de direitos trabalhistas ao redor do mundo. Em um Brasil onde o neoliberalismo avança e as relações sociais se tornam cada vez mais impessoais e precarizadas, lembrar das raízes dessa luta não é nostalgia — é urgência.
Desde o início do século XX, a elite brasileira e o Estado se organizaram para criminalizar e silenciar qualquer movimento que questionasse a ordem vigente. O medo era (e ainda é) que o trabalhador reconheça a própria força coletiva, capaz de fazer o sistema balançar. Por isso, datas como o 1º de Maio precisam resgatar seu caráter político, relembrando que nenhum direito caiu do céu — todos foram arrancados em meio a greves, enfrentamentos e perseguições.
Refletir sobre isso hoje é, também, enxergar os ataques contemporâneos aos direitos sociais e trabalhistas. E perceber que a luta de ontem ainda é, em muitos aspectos, a de hoje.
Que o Dia do Trabalhador continue sendo um espaço de memória, resistência e esperança de transformação.
Observação: a coluna presente não necessariamente representa a opinião do jornal Radar Sul Fluminense